O domínio digital da Apple, Google e Facebook (agora Meta) enfrentou recentemente um tremor, quando a União Europeia iniciou uma investigação de longo alcance.
A investigação enviou ondas de choque pelo mercado de ações, eliminando espantosos 45 mil milhões de dólares em capitalização de mercado combinada destes gigantes.
Este abalo repentino levanta questões sobre o futuro das grandes tecnologias e o poder crescente dos reguladores para responsabilizar estas empresas.
Por que a investigação da UE dói
A União Europeia tem um histórico de flexibilizar os seus músculos reguladores contra as superpotências tecnológicas americanas. No cerne desta investigação está a Lei dos Mercados Digitais (DMA) da UE. O DMA é uma legislação ousada destinada a restringir o domínio daquilo que rotula de “gatekeepers” – grandes empresas de tecnologia que controlam plataformas e serviços online vitais.
As principais preocupações em jogo incluem:
- Vantagens injustas: Os reguladores suspeitam que estas empresas aproveitam o seu controlo sobre plataformas como lojas de aplicações e motores de busca para promover os seus próprios produtos e reprimir a concorrência.
- Domínio de dados: Abundam os receios sobre a vasta quantidade de dados que estas empresas recolhem, o que lhes confere potencialmente uma vantagem esmagadora no desenvolvimento de novos produtos e no esmagamento de rivais mais pequenos.
- Restrições de escolha do consumidor: A UE teme que os gigantes da tecnologia limitem as opções dos consumidores, prendendo os utilizadores em ecossistemas específicos e dificultando a mudança entre serviços.
O dia do acerto de contas da grande tecnologia?
A investigação da UE desferiu um golpe financeiro substancial, mas pode ser apenas o começo. Se Apple, Google e Meta violarem o DMA, as consequências poderão ser graves. A UE pode impor multas que chegam a 10% das receitas globais de uma empresa, traduzindo-se em potenciais sanções de dezenas de milhares de milhões de dólares para estes gigantes.
Os reguladores também poderão exigir mudanças estruturais, forçando as empresas a desmembrar os seus negócios ou a abrir as suas plataformas a uma maior concorrência. As ações da UE estabelecem frequentemente um precedente para os reguladores em todo o mundo. Uma postura dura contra as grandes tecnologias na Europa poderia inspirar repressões semelhantes noutras jurisdições.
A corda bamba para gigantes da tecnologia
Apple, Google e Meta agora se encontram em um delicado ato de equilíbrio. Devem responder ao crescente escrutínio regulamentar, ao mesmo tempo que se esforçam por manter o seu espírito inovador e o domínio do mercado.
As possíveis respostas desses titãs da tecnologia poderiam incluir:
- Desafios legais: Espere que as grandes tecnologias distribuam exércitos de advogados para combater as alegações da UE, potencialmente arrastando o processo durante anos.
- Esforços de lobby: O aumento dos esforços para influenciar os decisores políticos e suavizar o golpe regulamentar é uma táctica provável.
- Adaptar e ajustar: As empresas podem alterar preventivamente algumas práticas para demonstrar vontade de cumprir e evitar as penalidades mais severas.
O que isso significa para os consumidores?
O impacto a longo prazo da investigação da UE sobre os utilizadores quotidianos é um espada de dois gumes.
Por um lado, condições de concorrência mais equitativas promovidas pelos regulamentos da UE poderiam levar a uma onda de inovação. As empresas mais pequenas, mais ágeis e com ideias novas não seriam mais sufocadas pela sombra dos gigantes da tecnologia, graças à investigação da UE. Isso poderia se traduzir em uma gama mais ampla de aplicativos, serviços e recursos para os consumidores escolherem. Além disso, o aumento da concorrência poderia reduzir os preços para os consumidoresque atualmente têm opções limitadas dentro dos ecossistemas controlados pelas grandes tecnologias.
Por outro lado, uma regulamentação rigorosa pode por vezes ter consequências indesejadas. Regras e limitações rigorosas poderiam sufocar o próprio dinamismo que alimentou o crescimento da indústria tecnológica. As grandes empresas tecnológicas investiram vastos recursos em investigação e desenvolvimento, conduzindo a avanços inovadores que transformaram as nossas vidas. Se as regulamentações se tornarem demasiado onerosas, isso poderá levar a uma abrandamento da inovação e atenuação do ritmo vertiginoso do progresso esperamos do setor de tecnologia.
Encontrar o equilíbrio certo entre promover a concorrência e estimular a inovação será crucial. Idealmente, a investigação da UE criará um ambiente mais equitativo onde as grandes empresas tecnológicas e os pequenos intervenientes possam coexistir e prosperar. Isto, por sua vez, daria aos consumidores mais opções, preços mais baixos e um fluxo constante de novas tecnologias interessantes.
A grande imagem
A investigação da UE é um momento decisivo num cabo de guerra mais amplo entre o poder desenfreado das grandes tecnologias e o crescente impulso global para controlá-las. O resultado desta investigação tem o potencial de remodelar a paisagem digital e o equilíbrio de poder para anos que virão.
Crédito da imagem em destaque: Michael Dziedzic/Remover respingo
Source: Ventos antitruste da investigação da UE arrepiam grandes empresas de tecnologia