Trump ameaça banir o TikTok, o presidente dos EUA alega ameaças à segurança nacional depois que autoridades acusam a rede social de ser uma ferramenta de espionagem na China e alertam sobre riscos aos usuários. Empresa nega vínculos com Pequim.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaça banir o TikTok em seu país, alegando razões de segurança nacional.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na sexta-feira que proibiria o TikTok em seu país, citando razões de segurança nacional.
Autoridades de segurança e legisladores dos EUA já expressaram preocupações de que o TikTok, cuja popularidade está crescendo rapidamente nos EUA, possa ser uma ferramenta para os serviços de inteligência chineses.
Trump anunciou a medida durante uma conversa com repórteres no avião presidencial do Força Aérea Um. “No que diz respeito ao TikTok, vamos bani-lo dos Estados Unidos”, disse ele. “Eu tenho essa autoridade. Posso fazer com ordem executiva ”, frisou, sugerindo que a decisão seja formalizada no sábado.
A medida anunciada por Trump surgiu após análise do Comitê de Investimento Estrangeiro dos Estados Unidos (CFIUS), que investiga possíveis ameaças à segurança nacional e que colocam em dúvida o uso seguro da rede social.
Autoridades americanas expressaram dúvidas sobre a segurança dos dados do usuário e possíveis links para o Partido Comunista Chinês. No início de julho, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, acusou Pequim de usar o TikTok como ferramenta de espionagem e distribuição de propaganda. A empresa ByteDance, que desenvolveu a plataforma, nega qualquer conexão com o governo de Pequim.
O TikTok, usado pelos usuários para compartilhar vídeos curtos, é muito popular entre os adolescentes. A estimativa é que o aplicativo já tenha conquistado cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo.
A empresa não quis comentar o discurso de Trump, dizendo apenas que confia no “sucesso de longo prazo” da TikTok. “Centenas de milhares de pessoas acessam o TikTok para se divertir e se conectar, além de nossa comunidade de criadores e artistas que vivem da plataforma”, disse a rede social em um comunicado.
A TikTok garantiu um alto nível de transparência, inclusive permitindo o acesso aos seus algoritmos como forma de tranquilizar usuários e agências reguladoras. “Não somos políticos, não aceitamos propaganda política e não temos uma agenda”, disse Kevin Mayer, CEO da rede social, em um post na semana passada. “O TikTok se tornou o alvo mais recente, mas não somos o inimigo.”
Sabotagem no evento da campanha de Trump
De acordo com relatos da imprensa americana, usuários do aplicativo chinês e fãs de bandas pop coreanas (K-Pop) teriam sido capazes de sabotar o primeiro evento da campanha eleitoral para a reeleição de Trump após a pandemia covid-19 se espalhar os EUA
Eles afirmam ter reservado centenas de milhares de ingressos para o evento em Tulsa, Oklahoma, depois que a equipe eleitoral convidou os apoiadores de Trump a se registrar por telefone para obter um ingresso grátis.
Vídeos postados na rede social explicam como proceder para reservar ingressos. A articulação se deu por meio do “Alt TikTok”, uma plataforma alternativa do serviço. Para que o plano não saísse antes do tempo, vários usuários apagaram suas postagens após alguns dias, impedindo que a iniciativa aparecesse também em outras plataformas.
A equipe Trump contou com a presença de cerca de 100.000 apoiadores. O próprio presidente havia anunciado no Twitter que “quase 1 milhão de pessoas” solicitaram ingressos para o evento gratuito. No entanto, as imagens da arena vazia ganharam grande destaque na imprensa mundial e criaram um enorme constrangimento para Trump.